25 de mai. de 2009

Travesseiro e cobertor


Me aconcheguei entre seus seios cobertos por uma confortável blusinha rosa semi-decotada. Era muito mais uma cena de conforto do que erótica, mas foi impossível não querer estar dentro de você naquele momento. Foi impossível controlar meu sexo que palpitava por baixo da bermuda. Aquele momento durou uns três minutos ou, talvez, tivessem sido quinze ou vinte, sei lá... Cá entre nós, eu fiz questão de aproveitar cada segundo daquele instante. Quando acabou, não sei se estava me sentindo melhor ou pior por ter acabado. Me bateu uma súbita ansiedade quase desesperadora. Agora, vou ter que esperar a semana inteira pra deleitar suas roupas, invadir suas pernas, manchar seu lençol...

Mas... E se semana que vem não chegar? E se me deixar na quarta ou na quinta?
Não é algo lá tão impossível considerando a inconstância do mundo e a sua inconstância. Esse pensamento trouxe consigo uma súbita agonia e uma taquicardia que preferi não assumir. Passou.

Tentei uma ou quatro vezes, mas não consegui me lembrar qual foi a última conversa que tive com seu travesseiro nem o último segredo que contei para seu cobertor, mas alguns suspiros depois, pude ouvir ambos me chamando insistentemente. Era como se eles fizessem questão de minha presença. Essa sensação me deu um pouco de paz interior. Passou. Mas pelo menos, sentia que os objetos da sua casa me queriam por perto. Talvez sua cachorrinha de estimação e o video game do seu irmão também queiram. Uma ou outra coisa também devem gostar da minha presença. Você, talvez, de vez em quando, também goste, mesmo eu não estando sendo nem de longe o homem que gostaria de ser.

Arrumei de qualquer jeito a mochila que sempre levo, esqueci alguma coisa ou outra em seu quarto - talvez, propositalmente, pra ter a certeza de que vou voltar pra buscar - e embarquei. Dentro de três ou cinco horas estaria em casa, dormiria uns trinta ou cinquenta minutos e iria para o trabalho. Pronto. Começou de novo. Estou sendo vencido pelo sono. Talvez, nem consiga terminar de escrever até o final. Acredito que dentro dos próximos instantes, irei apagar aqui no onib

5 comentários:

Lih disse...

Os objetos da minha casa te querem por perto. Eu te quero por perto.
E a semana que vem vai chegar sim.

Esse texto é muito nós dois.
Forte em alguns pontos, emocional em outros, inseguro em outros...
Amo.

Victor Meira disse...

É negão, por motivos diferentes, estamos atormentados pelo sono. Uma dureza. Mas isso vai mudando de tempos em tempos. Vamo aguentar que a calmaria tá por vir. Você ainda é sincero e joga aqui tudo o que sente, sem mascarar com camadas figurativas, alusões, e outros recursos da conotação e do abismo.

Tá tudo aí, na mesa.

E gostei da brincad

Jairo Borges disse...

Nossa Léo! Obsseção! A paixão é sempre intensa desse jeito!

Aninha disse...

Não precisava nem dizer que es do signo de peixes...
é nítido!

beijos e muito lindo o seu texto!

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