14 de mar. de 2010

Vulgar

Brusco desencanto

Vulgar foi a falta que fez
Até nossos dias de tédio
A moléstia pro seu remédio
O esforço pra ter sua mão

Imoral é essa livre afasia
Que se apossou do meu dia-a-dia
A ansiedade que invadiu o quarto
A verdade que não tem perdão

Foi brusco como perder o encanto
Perder a fé em noite de dia santo
Um copo cheio de água e mágoa
Pra curar sua tosse e o soluço

Tão forte quanto ainda sentir seu cheiro
No meu carro inteiro, no travesseiro
É o medo de não passar nunca
De não ir embora essa esperança

Desejei bem mais o recomeço
Voltar a frequentar seu endereço
Ficou esse receio do adeus definitivo
Um vazio sem volta, sem adjetivo.