Ao passo que subo os degraus da Catedral da Sé,
Busco lembranças distintas, já bem saciadas
Dos surrados tempos que eu ainda tinha fé
E pensar que hoje, eu me ajoelho e nem sei mais rezar
Acabei de errar o Pai Nosso e até a Ave Maria
Eu esqueci as palavras, esqueci como era acreditar,
Mas já que esse Deus existe, vim dar bom dia
Ele há de responder e eu vou dizer amém
Cumpri meu dever de filho, me banhei de água benta, enfim
Na volta, vi pessoas jogadas às traças, desejando o fim
E eu aqui querendo redenção? E eu aqui pedindo a sua mão?
Pensando bem, Deus, me esqueça, pode deixar
Vá cuidar dessa gente toda, elas precisam mais
Olha por mim amanhã, quando a tempestade passar.
4 de fev. de 2011
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3 comentários:
Que lindo isso!!! É tipo alguém que, quando era criança, tinha o costume de rezar com a família e quando cresceu, virou ateu e perdeu esse costume.
Você escreve incrivelmente bem. Parabéns!!
Ps.: É você na foto?
obrigado. é mais ou menos isso mesmo. alguém que deixou de ser religioso querendo acreditar em alguma coisa.
e sim. sou o da foto.
"Buscar a feliicidade pra si é a melhor forma de não ser feliz e nem fazer os outros felizes. Poderíamos acreditar que é possível isolar-se dos outros para garantir isoladamente nosso bem estar, mas o resultado obtido desta forma, cedo ou tarde, será contrário. Somos seres interdependentes. Nossa felicidade e infelicidade está ligada às dos outros. Fazer pessoas que amamos sofrerem e não nos importar com isso, preocupando-se unicamente com nossa paz é a forma mais rápida de perder a paz, de ser infeliz, de perder a alma". Matthieu Ricard
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