21 de jan. de 2008

Uma 'quase-poesia' de deboche

Deslanchou!

Olha lá
Que já foi
Que já é
Ou já vai
Vai que tem
O que se vê
Não é mais
Já passou
Já partiu
Me envolveu
Deslanchou
Correu pra lá
Pra lá bem longe
Não vejo mais
Nem sinto mais
É sempre assim
Já cansei
Já chorei
Já parti
Nem choro mais
Só quero paz
Só quero paz.

11 de jan. de 2008

É!

O que vem

O que me aperta é esse medo do que vem,
Minha sina, olhar adiante o que convém
Com mil caminhos a seguir distante
Sentir o oposto e o mesmo mais insinuante
É só mais um evento do acaso que me persegue
Só mais um momento do descaso que me impede
É curva sinuosa, barco sem vela, balão sem cor,
É verdade paralela, afasia, avião sem motor
E meu destino corre solto, se afasta, inicia
Vai de frente, vai sem rumo, dia-a-dia, noite e dia
Agonia, fantasia, sou mera nolstagia e confusão
Sou puro silêncio, ansiedade, falta de concentração
Sou demagogia, multidão, sou a polícia e o ladrão.

8 de jan. de 2008

Sorrisos de canto de boca...

Poeta feliz

Poeta feliz não existe
Poeta, por natureza, é triste
É brisa de inverno, chuva de verão,
É meia três quartos, o espinho e o botão

Poeta é segredo, é junho, é abril
Poeta com medo nem andou nem fingiu
É quase arte moderna, cubismo, distração
Verdade ao pé do ouvido, meio guerra, meio perdão

Poeta feliz não existe
Só escreve quando está triste
Exceto em noite de chuva, exceto em dia de sol
Meia hora quase perdida, meio frio, debaixo do lençol.