15 de mar. de 2011

Doce de março

Depois do pranto, o doce desencanto
Paz em dia de guerra e em dia santo
Voltei a ser o poeta que fala de amor
Mesmo nunca tendo amado ninguém
Sim, é como se não tivesse existido
Não é amargura, nem coração partido
É convicção plena, anestesia extrema
Ah, o doce tilintar dessa liberdade
Deixou meus ouvidos boêmios com vontade
E o coração fica buscando grandes paixões
Novas nações, intensas canções de bar
Deixa esse coração bater e a mente destoar
Mas quem é essa que veio sem avisar?
Será que quer te mostrar como é amar?
Anda feito você, só não quer sofrer
Eram pra ser só encontros casuais?
Armênia, Tucuruvi, Tietê, Consolação
Doce brigadeiro, jeito certo de segurar a mão
A espera no ponto, o atraso no encontro
O baton vermelho, o perfume, a foto no espelho
Quarta-feira, sábado e domingo
Cadê aqueles doces olhos castanhos
E os cabelos que a barba bagunçou?
Será que foi embora e não volta mais?
Peço desculpas se fiz o que não devia,
Falei em demasia, pensei o que não podia,
Se quis o beijo doce todo dia
Será que foi embora e não volta mais?
Se assim fez, me resta deixá-la em paz,
Mesmo sabendo que poderia ser muito mais.

4 comentários:

Nil Costa Marques disse...

(suspiro) - o de comer, seguido da constante dúvida: o que é mais comum? Tantas vírgulas e o ponto final, ou nenhuma vírgula com eterno três pontinhos num final que nem existe?!

Anônimo disse...

Seus poemas mexem muito com minhas emoções. Eles são cópias dos meus momentos. Sabe aquela frase ao final de cada novela "qualquer semelhança é mera coincidência"? Sou cada palavra, cada verso, cada estrofe.

Até...

Priscilla Calaça

Lírio Amarelo disse...

Eu também sou menina,
que nunca amei..
Mas dos beijos que beijei em todas as vezes pensei , de onde viria toda aquela euforia?
Do vazio que depois sentia?
Do amor que não me trazia,
Da mão vazia...
Por acaso procurei nos corpos que me deitei, a alma que tanto almejei, o encontrou que sempre adiei, a angústia que me prendia, do amor que nunca dei?

Parabéns pelo poema!
Tanto gostei que poetizei. .

Pilar Bu disse...

acho que os três pontinhos num final que não existe é pior! não fechar ciclos. seja bem vindo novamente poeta.