19 de nov. de 2011

SHOT

Desce um shot que hoje é festa da firma
Firma os pés, ajeita o sal e o limão
Viu a mensagem que deixei na sua caixa postal?
Ah, essa vida de internet, mais um shot, chat
Aposto que não respondeu porque me achou sem sal
Sacal, quem sabe, um tipo assim bem demodé
Perdão, menina que passa e nem olha pro lado, perdão
Foi o jeito que encontrei de chamar sua atenção
Essa bronca que tu banca me mata, me apeia
Vem sempre aqui? Tem namorado? Quantos anos tem?
Não, não se faz essas perguntas para ninguém
Nem mulher faceira cai nesse blablablá sem graça
Que dirá você com todo esse “deixa pra lá, disfarça”? 
Ah, não... O namorado chegou, fica aqui mais um pouco
Senta, eu ainda nem tenho seu telefone, o nome completo,
A cor preferida, o signo, o endereço pr’eu mandar um cartão
Gostei da roupa, desculpa, vou tocar seu cabelo, sentir o cheiro
Qualquer coisa, a culpa é do álcool que me embriagou
Quando cansar desse moço, me empresta seu rosto, vem 
Quis tão bem quisto, que tão breve, você, enfim, cansou
Quelqu’un m’a dit que acabou, fiquei feliz, não nego
Agora que cheguei lá, ne me quitte pas?

4 comentários:

Jaya Magalhães disse...

Seu blog foi um dos melhores achados dos últimos tempos. Tô aqui tem um tempo, me espalhando entre versos, vírgulas e pontos.

Coloquei umas reticências por conta própria. Assim volto.

Um abraço, menino.

Elisa Cunha disse...

O texto flui de modo que quem lê se sente como se estivesse, de fato, embriagado.

Seus textos são bons, não deixe de escrever!

Bjs

Renato Ziggy disse...

Eu tô com a Jaya, amiga minha: penso igual. Parei aqui por acaso. Coincidência mesmo. E achei um achado também. Dos bons. Quero voltar e te ler com a devida calma, ok? Abraço!

Jéssica Souza disse...

É em um momento assim, num blog como esse, perdida por letras como essas e sentimentos como esse que minha madrugada, finalmente, faz a diferença.
Mas é bem assim mesmo com algumas pessoas: basta olhar pra elas e trocar uma ou duas palavras que elas já viram poesia.
Adorei teu blog.

Beijo.